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Hash: O que são e por que são importantes para a segurança?

Examinando mais de perto os hashes: Funções, algoritmos e aplicações

No artigo anterior, exploramos a essência dos hashes, os detetives do mundo digital que protegem nossas informações. Agora, é hora de nos aprofundarmos em seu funcionamento interno, descobrindo as funções, os algoritmos e as aplicações que os tornam ferramentas tão poderosas.

O que torna essas funções tão especiais?

Exclusividade: Cada valor de hash é exclusivo dos dados originais. Duas entradas diferentes, mesmo que sejam muito semelhantes, sempre produzirão valores de hash diferentes. Uma pequena alteração na mensagem original produzirá uma alteração significativa no valor de hash, e a probabilidade de duas mensagens diferentes gerarem o mesmo valor de hash é extremamente baixa.

Irreversibilidade: É impossível obter os dados originais a partir do valor de hash. Essa característica unidirecional é fundamental para a segurança.

Eficiência: As funções de hash são computacionalmente eficientes, o que significa que podem ser calculadas rapidamente, mesmo para grandes quantidades de dados.

Algoritmos de hash: Os arquitetos da segurança

Há vários algoritmos de hash, cada um com suas próprias características e aplicações. Alguns dos mais comuns são:

MD5 (Message Digest Algorithm 5)

É um algoritmo de hash criptográfico amplamente usado que recebe uma mensagem de entrada de qualquer tamanho e gera uma saída de valor de hash de 128 bits (representada como uma cadeia de 32 caracteres hexadecimais). O algoritmo funciona na seguinte sequência:

Preparação da mensagem: A mensagem de entrada é preenchida com bits até que seu comprimento seja um múltiplo de 512. Em seguida, o comprimento da mensagem original é adicionado ao final da mensagem preenchida.

Inicialização: Quatro variáveis de 32 bits são inicializadas com valores constantes.

Processamento da mensagem em blocos: A mensagem preenchida é dividida em blocos de 512 bits. Para cada bloco, são realizadas quatro rodadas de operações matemáticas envolvendo as variáveis e funções de hash específicas.

Geração do valor de hash: Após o processamento de todos os blocos, as variáveis são combinadas para gerar o valor final de hash de 128 bits.

O MD5 é útil para verificação da integridade de arquivos e autenticação de dados. No entanto, não é adequado para o armazenamento de senhas devido a vulnerabilidades que o tornam suscetível a ataques de colisão. Portanto, ele é considerado um algoritmo obsoleto e recomenda-se o uso de algoritmos mais novos e mais seguros, como o SHA-256.

SHA-1 (Secure Hash Algorithm 1)

Um sucessor do MD5, considerado mais seguro, mas também com alguns pontos fracos. É uma função de hash criptográfica que recebe uma mensagem de entrada de qualquer tamanho e gera um valor de hash de 160 bits (equivalente a 20 bytes). Esse valor de hash é como uma impressão digital exclusiva da mensagem e pode ser usado para verificar a integridade da mensagem ou para compará-la com outras mensagens. O processo de geração de um hash SHA-1 pode ser resumido nas etapas a seguir:

Pré-processamento: A mensagem de entrada é dividida em blocos de 512 bits. Se o último bloco não tiver 512 bits, ele será preenchido com bits adicionais.

Função de hash: Cada bloco de 512 bits é processado usando uma função de hash que consiste em cinco funções básicas (escolha, rotação, soma, mensagem e constante).

Valor de hash final: Os valores de hash de todos os blocos são combinados para gerar o valor de hash final de 160 bits.

A SHA-1 é útil para verificação da integridade de mensagens, assinaturas digitais e controle de versões. No entanto, em 2005, foram encontradas vulnerabilidades que, teoricamente, tornam possível encontrar colisões com mais facilidade do que se pensava originalmente. Por esse motivo, o NIST (National Institute of Standards and Technology, Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia) recomendou que se deixasse de usar a SHA-1 para novos aplicativos a partir de 2017.

SHA-256 (Secure Hash Algorithm 256)

Parte da família SHA-2, o SHA-256 oferece um alto nível de segurança e é ideal para aplicativos que exigem proteção máxima. Esse algoritmo gera valores de hash de 256 bits. O processo é detalhado a seguir:

Preparação da mensagem: A mensagem de entrada é dividida em blocos de 512 bits. Se a mensagem não for um múltiplo exato de 512 bits de comprimento, é adicionado um preenchimento para completá-la.

Funções de hash: Cada bloco de 512 bits é processado em 64 rodadas de operações matemáticas usando constantes e funções específicas.

Valores de hash intermediários: Durante as rodadas, os valores de hash intermediários são calculados, combinados e constantemente atualizados.

Valor de hash final: Após o processamento de todos os blocos, o algoritmo gera um valor de hash final de 256 bits.

A família de algoritmos SHA-2 oferece funções de hash mais seguras e resistentes a colisões do que a SHA-1. Atualmente, ela é considerada a função de hash mínima recomendada para verificação de integridade de arquivos, assinaturas digitais e validação de blockchain, fundamental em criptomoedas como o Bitcoin.

O futuro do hashing: novos desenvolvimentos e tendências

A pesquisa em algoritmos de hash está em andamento, buscando desenvolver funções mais seguras, eficientes e resistentes a ataques futuros. Uma área de interesse especial é o desenvolvimento de algoritmos de hash baseados em criptografia quântica, que poderiam oferecer um nível de segurança sem precedentes contra computadores quânticos. A computação distribuída e em nuvem também apresenta novos desafios para a segurança e a integridade dos dados, em que os hashes desempenham um papel fundamental.

Os hashes tradicionais são projetados para trabalhar com dados de um formato específico, como arquivos ou cadeias de texto. No entanto, a tendência atual é de hashes independentes de formato que funcionam com qualquer tipo de dados, desde imagens e vídeos até dados estruturados em bancos de dados. Além disso, funções de hash personalizáveis estão sendo desenvolvidas, permitindo que as características do hash sejam adaptadas às necessidades específicas de cada aplicativo.

Por fim, a inteligência artificial e o aprendizado de máquina estão transformando vários setores, e os hashes não são exceção. Novas aplicações de hashes estão sendo exploradas em conjunto com essas tecnologias, como a detecção de anomalias nos dados, a identificação de padrões fraudulentos ou a criação de sistemas de autenticação mais robustos e adaptáveis.

Concluindo, o futuro dos hashes está repleto de possibilidades interessantes. Novos avanços em algoritmos, formatos, aplicativos e tecnologias complementares estão expandindo o escopo e o poder dessas ferramentas fundamentais para a segurança na era digital.

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